tag:blogger.com,1999:blog-49606149815886236582024-03-13T00:24:33.939-03:00Soluço MentalDiego Leãohttp://www.blogger.com/profile/11109438720541237464noreply@blogger.comBlogger159125tag:blogger.com,1999:blog-4960614981588623658.post-10062706826618964262021-01-05T08:53:00.004-03:002021-01-05T08:53:33.388-03:00aceitação<p> Não tem sido fácil aceitar.</p><p>É o pensamento que vai e que volta.</p><p>Às vezes ele dá um tombo em mim.</p><p>Não tem sido fácil aceitar.</p><p>Eu quero sair daqui e chorar.</p><p>Mas quero viver amar.</p><p>Não tem sido fácil aceitar.</p><p>O medo de tudo ser sempre assim.</p><p>e de pouco em pouco machucar.</p><p>Não tem sido fácil aceitar.</p><p>O soco no estômago,</p><p>o chute nas bolas,</p><p>o rosto surrado,</p><p>o corte nas costas,</p><p>o pescoço sangrando,</p><p>as orelhas torcidas.</p><p>Não tem sido fácil aceitar</p><p>Porque a lágrima vem e rola</p><p>Porque o choro brota e engasga</p><p>Quero cair...</p><p>Mas também quero levantar.</p><p><br /></p>Diego Leãohttp://www.blogger.com/profile/11109438720541237464noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4960614981588623658.post-57942324941832551532019-03-31T20:55:00.003-03:002019-03-31T21:09:20.722-03:00mentiras que rasgam<style type="text/css">
@page { margin: 2cm }
p { margin-bottom: 0.25cm; line-height: 115% }
</style>
<br />
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<img alt="Imagem representativa do artigo" height="235" src="https://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/000209005013.jpg" width="320" />
</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: xx-small;">A Morte no Sábado - Homenagem a Vladimir Herzog. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2019. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra3853/a-morte-no-sabado-homenagem-a-vladimir-herzog>. Acesso em: 31 de Mar. 2019. </span></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Essa ranhura no
peito</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Esse choro travado</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Esse sapo que se
engole</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Essa miséria da
alma</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
É o horror
tornando-se corpo</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
É a ignorância em
cena</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
É o abuso vindo
aberto</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Escancarado…</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Deslavado…</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Ignóbil e pútrido</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
É o verde oliva
pintando de sangue</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
É a caça às
bruxas</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Aquelas de hoje</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Que bem poderiam</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
ser aquelas de ontem</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
É o retorno</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
É a memória</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Dando voltas</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Estrangulando
qualquer empatia</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
É o culto à guerra</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
É Ares - deus
branco</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Chacinando o negro</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
o comuna</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
a mulher</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
a lésbica</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
e o que mais não se
encaixa</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
numa caixa feita de
pedra...</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
fechada e pesada
</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
e que aspira
encaixotar a esperança
</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
que resiste no peito</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Esse dia de hoje é
a mentira</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
que se afirma um dia
antes</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Para não ser
chacota</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
de sua verdade</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
nascida em Primeiro
de Abril</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Mas essa ranhura no
peito</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
será toda curada</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
por uma enxurrada de
vida
</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
a limpar essa
sujidade</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
esse chorume de ódio</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
tão fétido e burro</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
e que por isso há
de ser
</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
enfim derrotado</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<div style="text-align: right;">
Diego Leão -
31/03/2019</div>
</div>
<br />Diego Leãohttp://www.blogger.com/profile/11109438720541237464noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4960614981588623658.post-28964992301302598962017-01-19T00:45:00.002-02:002017-01-19T00:45:57.443-02:00<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
O pixo é a mensagem de vida<br />exalando dos corações<br />mentes, mãos e sprays<br />daqueles que não aceitam<br />o monocromático cinza<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br />que os poderosos tentam impor</span></div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px;">
(diego leão)</div>
</div>
Diego Leãohttp://www.blogger.com/profile/11109438720541237464noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4960614981588623658.post-32907274935585161042016-09-23T10:05:00.000-03:002016-09-23T10:05:53.949-03:00Educação humana sim. Maquinal, não.<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">Em 1924, o italiano Marinetti ao misturar noções de juventude, cientificismo e tecnicismo, expunha as afinidades entre fascismo e futurismo. Ao ser ver era preciso eliminar os intelectuais que seriam empecilho para o desenvolvimento da Itália - o que chamava de "fétida gangrena de professores".</span><br style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">O contrário disso seria exaltar o futuro, o homem-máquina, o automóvel e a guerra não seria horror, mas poesia. A Primeira Guerra não seria então horror, mas o mais belo poema futurista!</span><br style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">Quando emerge o fascismo na Itália seria então uma oportunidade para tal. Glorificaria-se o homem-máquina, o homem-guerra, o homem másculo e resultado da evolução que sempre caminha sentido o progresso. Mesclaria-se aí a vocação nacional impedida pelos professores, esses intelectuais pessimistas que falam do passado, que falam de questão não da máquina, mas do humano.</span><br style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">---</span><br style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">O horror de um governo golpista, de reitorias que emergem vitoriosas com pseudo-noções de cientificismo, de tentativas de eliminação de disciplinas fundamentais para formação de um ser humano autônomo e liberto se confundem em meio aos aspectos que reavivam noções próximas desse "futurismo" no nosso tempo. Uma ode ao tempo presente e futuro, que tentam desvincular o passado como aspecto do que nos faz humanos.</span><br style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">Porém, não existe ser humano, sem história, sem memória, sem criatividade, sem humanidade.</span><br style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">O progresso nada mais que uma canção criada no seio do capitalismo, mas que deve ser negada porque se projeta na prática não como "bem comum", mas um rito contínuo de destruições. Torna-se um monumento daqueles que detêm o poder na sociedade injusta e desigual que vivemos, como forma de assegurar a legitimidade de sua dominação: "Aqui estão os nossos feitos para o sucesso do mundo!". Porém, na contraface desse monumento (remetendo-nos de certo modo a Walter Benjamin) vislumbra-se a barbárie, a miséria, a desigualdade, a injustiça, e o grito que se tenta calar daqueles e daquelas que não querem ser máquinas. Daqueles e daquelas que não aceitam ser robóticos depositários do fascismo em que sua tarefa é construir esse futuro maquinalmente desumano. </span><br style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">---</span><br style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">Na tentativa de impor um currículo para o ensino médio no Brasil em que se coloca como menor em vários sentidos o que é humano essa noção maquinal se faz presente. Pois nesse racionalismo técnico para quem privilegiar disciplinas de Humanidades, se não servem ao que afirmam ser progresso? Para que pensar em estudantes em sua dimensão humana - que às vezes trabalham o dia todo pelas mesmas injustiças promovidas pelo progresso? Para que pensar em professores em sua dimensão humana? Para que pensar a construção de autonomia do ser humano crítico e pensante - sujeito de sua própria história? Para que artes, filosofia, educação física, sociologia? Tudo são dados, são números, são tecnicismos, são coisas, não gentes. Aumentem-se as horas então, se não números! - essa é a lógica do governo golpista, de Aécio e Anastasia e das orientações neoliberais - que a esquerda por muitas vezes se omite a enfrentar de fato. Números! Não gente!</span><br style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">---</span><br style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;" /><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">A palavra de ordem deve ser resistir! Não apenas ao governo golpista! Mas resistir pela dignidade e em nome de um projeto para educação brasileira que seja verdadeiramente humano e não cibernético, mecânico ou maquinal...</span>Diego Leãohttp://www.blogger.com/profile/11109438720541237464noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4960614981588623658.post-55062868564936097962016-05-22T17:06:00.000-03:002016-05-22T17:06:38.824-03:00Batalha de MCs no centro de Uberlândia: é o povo que chegou para ficar<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-7Z-Dhnx5I9o/V0IOLBS32qI/AAAAAAAAB7A/tiCtB4BTFxkDPfnHXg2LHdT2_fjOtCQUACLcB/s1600/1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="211" src="https://2.bp.blogspot.com/-7Z-Dhnx5I9o/V0IOLBS32qI/AAAAAAAAB7A/tiCtB4BTFxkDPfnHXg2LHdT2_fjOtCQUACLcB/s320/1.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal">
Bonés de aba reta, cabelos black, alargadores nas orelhas e outros
tantos adereços que compõem estilos em que se veste a juventude do povo
brasileiro ocuparam a cena durante a Batalha de MCs e Arena Break que ocorreu
no centro de Uberlândia neste sábado dia 21 de maio.</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://4.bp.blogspot.com/-LKkV6JCLths/V0IONUF5fbI/AAAAAAAAB7Q/6-vtpSaMsJ0Egs2kfF-iVWNOSDvxXLXewCLcB/s1600/4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="211" src="https://4.bp.blogspot.com/-LKkV6JCLths/V0IONUF5fbI/AAAAAAAAB7Q/6-vtpSaMsJ0Egs2kfF-iVWNOSDvxXLXewCLcB/s320/4.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
Os jovens implodiam assim a estética impositiva provinda de
muitos que moram nas proximidades daquela região da cidade, que por um certo
elitismo ainda vigorante, não costuma acolher tão bem assim a diversidade.<o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://4.bp.blogspot.com/-drtQ1xQ1vw8/V0IOMo9xt2I/AAAAAAAAB7M/Nj_pWKLMuJ0z8iT8gbXNzsQRYXBRx0W3wCLcB/s1600/5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="211" src="https://4.bp.blogspot.com/-drtQ1xQ1vw8/V0IOMo9xt2I/AAAAAAAAB7M/Nj_pWKLMuJ0z8iT8gbXNzsQRYXBRx0W3wCLcB/s320/5.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
Aquela região próxima
ao núcleo fundador da cidade, onde moravam/moram os coronéis locais poderíamos
fazer alusão a algo que seria como uma “cidade velha”. Contudo que se transmuta
pela presença daqueles jovens com seus versos e beats, em uma cidade que
reivindica ser nova, uma novidade. Uma novidade feita pelo que emerge enquanto
resistência ao que é dominante. Querem que a cidade tenha rap e, não querem ter
apenas voz (pois já tem e mandam incrivelmente bem nisso), querem que estejam
com os seus, para que possam se ouvir e falar (Juntos). <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Construir suas formas próprias de viver e fazer a paisagem
da cidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O local escolhido pelos organizadores, inicialmente seria a
chamada Praça Bicota, que recebeu esse nome devido a uma sorveteria que ali
fica situada. Mas, por ser um local pequeno e que não comportaria todas as
pessoas a atividade foi deslocada para outra praça ali próxima: a praça da Igreja do Rosário. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-QAyah359RwU/V0IOLrxKATI/AAAAAAAAB7I/LuK-C1A2mZAP82mWKeBRmTwSozKVcgbiwCLcB/s1600/3.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: center;"><img border="0" height="211" src="https://1.bp.blogspot.com/-QAyah359RwU/V0IOLrxKATI/AAAAAAAAB7I/LuK-C1A2mZAP82mWKeBRmTwSozKVcgbiwCLcB/s320/3.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
A igreja em que frequentavam as negras e negros que se
libertaram da escravidão agora em seu entorno é tomada pela juventude dos
bairros populares e da periferia de Uberlândia. O local de sociabilidade e de
relações sociais do povo negro de ontem, em que exprimiam dentro de pressões
sua cultura, seu modo de viver, hoje se fez o lugar em que os jovens da cidade
da classe trabalhadora, em grande parte também negros, manifestem suas artes,
suas rimas e seu jeito de ser.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Jovens que ocupam a cidade com alegria, dizendo que querem
fazer acontecer. Com o mesmo ímpeto e vontade de quem não abaixa a cabeça, de
quem rompeu as correntes para livre poder ser. Mostram assim que a juventude
quer viver, quer ter lazer, cultura, educação e artes. Quer uma cidade que
acolha as diferenças, que seja acessível a todos e todas, sem que se feche em
muros, ou que segregue quem não concorde com a normas instituídas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
ESSA JUVENTUDE DO BRASIL! É FOGO NO PAVIL!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
Fotos: Cleber Couto</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Diego Leãohttp://www.blogger.com/profile/11109438720541237464noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4960614981588623658.post-8619461686723993702016-04-05T22:29:00.001-03:002016-04-05T22:29:04.220-03:00Ninguém se importa.<br />
E assim é.Diego Leãohttp://www.blogger.com/profile/11109438720541237464noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4960614981588623658.post-35112355886231901992016-04-03T22:49:00.004-03:002016-04-03T22:49:26.064-03:00às vezes nem lembro...<br />
e se nem lembro...<br />
...sou eu então felizDiego Leãohttp://www.blogger.com/profile/11109438720541237464noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4960614981588623658.post-51277340105743323822016-03-27T22:06:00.000-03:002016-03-27T22:08:00.408-03:00ment(e)irameu medo é insegurança de mim<br />
forjo desconfianças em outrem<br />
por não saber me acreditar<br />
<br />
êta vida leva<br />
e só leva<br />
leva esses lampejos dissabores<br />
que nem fazem razão de pensar<br />
<br />
da sabedoria que fortalece o engano<br />
vem o pensamento sem mundo<br />
que se revela tão absoluto insano<br />
e se descola do real de serDiego Leãohttp://www.blogger.com/profile/11109438720541237464noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4960614981588623658.post-1549957854951979322016-03-26T22:40:00.003-03:002016-03-27T22:11:28.595-03:00Perdões a quem não quero perdoarDesculpas sinceras peço se não sou de meio termos. Se não consigo disfarçar sentimento, se não finjo ser quem não sou para quem não quero por perto.<br />
Desculpe, e digo sem "moralismos", que é isso que se pode esperar numa ética de quem não aceita as coisas como são.<br />
Peço meus singelos perdões a quem me sacaneia e vem me pedir ajuda com cara blasé por não despistar a má vontade. E também ao fato de não admitir amizade com gente que tem posição de mundo de achar que é bonito as coisas serem como são, de que não há exploração e opressão no mundo.<br />
Desculpas peço. Não que lhes odeie a todos. Mas é que nesse mundo não dá para não ter lado, e a necessidade de ter lado vai se revelando nas sutilezas.<br />
Não posso andar ao mesmo lado de gente que prolifera ódio, que acha que miséria é invenção, que coloca lenha na fogueira dos poderosos, que fica a colocar mais suporte para o status quo.<br />
Perdão aos que permito andar a meu lado, mesmo sem em presença querê-los. Mas se lhes respeito por considerar que em muito estamos juntos a caminharmos pelas contingências que se apresentam, não posso simplesmente ser cristão a ponto de dissolver as mágoas. Não sou imune às feridas da vida, e as cicatrizes que as cobrem, se curam, também deixam marcas de lembrança.<br />
Não consigo admitir hipocrisia e nem creio que relações se fazem por conveniência.<br />
<br />
Olhando agora as fotos vejo no que me tornei e não sinto vergonha.<br />
<br />
Em tempos em que se exige um posicionamento e uma postura na vida, não dá para ser meio termos. Não dá para viver em afagos, apertos de mãos ou amenidades com quem está do lado daqueles que proliferam as violências, mesmo estando em condições de terem plena consciência de suas possíveis implicações.<br />
<br />
<br />Diego Leãohttp://www.blogger.com/profile/11109438720541237464noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4960614981588623658.post-39536929047154636222016-03-22T04:11:00.002-03:002016-03-22T04:11:21.951-03:00faz-se cada sonho morrer<br />
pra cada ilusão desflorescer<br />
e assim camada a camada<br />
ser-me real-mente<br />
<br />
desfaz-se todo de tolo<br />
o que resta de esperança<br />
e os dias vindouros<br />
contarão regressiva-mente<br />
<br />Diego Leãohttp://www.blogger.com/profile/11109438720541237464noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4960614981588623658.post-59442728736459134782016-03-18T10:01:00.000-03:002016-03-18T10:01:15.790-03:00con-formarum brinde à vida<br />
mesmo sofrida<br />
e aos abalos sísmicos<br />
que fazem aqui dentro<br />
<br />
um brinde à vida<br />
às denúncias feitas por mim<br />
gritando a mim mesmo<br />
por justiças às vítimas que me faço ser<br />
<br />
um brinde à vida<br />
com seus terrores e desvarios<br />
porque é a companhia que tenho<br />
e porque com a morte não bebo<br />
<br />
um brinde à vida<br />
porque luto por ela<br />
porque luto através dela<br />
porque a luta é elaDiego Leãohttp://www.blogger.com/profile/11109438720541237464noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4960614981588623658.post-60535642984775529022016-03-14T23:01:00.001-03:002016-03-14T23:01:31.778-03:00de(mente) em tempo<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
às vezes um algo me
come</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
sentimento que
botaram nome</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
que responde por
solidão</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
e que provoca
memórias</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
e os machucados de
tempo</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
meu semblante
interno</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
com calos de
espinhos</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
ninguém se demora</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
ao ver interstícios
vazios</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
e o vão que apavora</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
a saída da angústia</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
não tem uma porta</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
tampouco uma rota</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
pra algo que importa</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
pra se impor novas
cores</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
a palavra tem seu
tempo</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
diferente das coisas</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
que tem própria
história</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
porém uma corrói a
minuto</div>
<br />
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
e outra esmaga a
gente</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
</div>
<div align="right" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Uberlândia
– 14/03/2016 – 22:59h</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
Diego Leãohttp://www.blogger.com/profile/11109438720541237464noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4960614981588623658.post-82436934511517680412015-11-29T11:54:00.003-02:002015-11-29T11:58:12.217-02:00desbancarramentos <div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
há um fio que se faz rubro<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
há um rastro de sangue<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
que se tenta sumir<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
que se tenta apagar<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
não é sangue morrido<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
é sangue que se mata<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
descontínuo na alma<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
interrompido em vida<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
é um lamento a torto e esquerdo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
que se conflagrou derrotado<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
persistindo em gritos latentes<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
que se tapam mas não calam<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
são esses vestígios que assombram<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
com lembranças que assolam<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
que nos soterram a gente<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
de passado vivente e presente ausente<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
Uberlândia, manhã de
29/11/2015. <o:p></o:p></div>
Diego Leãohttp://www.blogger.com/profile/11109438720541237464noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4960614981588623658.post-57696718681677423802015-09-22T19:23:00.002-03:002016-03-15T09:55:00.155-03:00UrgênciaÉ preciso implodir o mundo.<br />
<div>
Do jeito que se encontra faz dor de tiro no peito.</div>
<div>
É preciso moer o mundo.</div>
<div>
Para ver com o suco das suas sementes se sai um bom caldo.</div>
<div>
Não se faz necessário conservar o mundo como está.</div>
<div>
O que já existe, mesmo em roupagens novas já morreu de velho.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
É imprescindível surgir o novo.</div>
<div>
Criar raízes que permitem revigorar a existência.</div>
<div>
Colocar bases sólidas e tijolos que elevem não apenas paredes, mas que se façam estruturas de belezas</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Não é mais momento de esperar dias vindouros.</div>
<div>
Torna-se condição nos fazermos esse dia que tanto esperamos.</div>
<div>
É inadmissível proclamar que o corriqueiro não importa.</div>
<div>
Pois os que assim fizerem serão cúmplices do sofrimento alheio.</div>
<div>
A sacralidade do que se julga banal é um dos piores crimes contra a humanidade.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
É preciso destruir o mundo!</div>
<div>
Essa é radicalidade que se tornou necessidade.</div>
<div>
Pois estamos prestes a nos sufocar entre os nossos escombros.</div>
<div>
É preciso conspirar contra esse mundo.</div>
<div>
Não acatar às ordens e instituirmos o amor como regra única.</div>
<div>
Porque amor e mudança se configuram como únicas leis de fato humanas.</div>
Diego Leãohttp://www.blogger.com/profile/11109438720541237464noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4960614981588623658.post-32693929902779213832015-07-26T15:17:00.004-03:002015-07-26T15:18:07.900-03:00temporalah tempo<br />
<div>
faz um favor</div>
<div>
dispare sem eu ver</div>
<div>
pra gente ser encontro</div>
<div>
<br /></div>
<div>
oh tempo</div>
<div>
que voou recentemente</div>
<div>
agora anda lento</div>
<div>
e eu meio sem alento</div>
<div>
<br /></div>
<div>
ah tempo</div>
<div>
seja vento</div>
<div>
passe sem eu ver</div>
<div>
pra ela não estar distante</div>
<div>
<br /></div>
<div>
oh tempo</div>
<div>
fuja do relógio</div>
<div>
exploda o calendário</div>
<div>
pra ser agora nosso amor</div>
Diego Leãohttp://www.blogger.com/profile/11109438720541237464noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4960614981588623658.post-38073501131889635922015-07-08T10:52:00.001-03:002021-01-04T20:56:06.135-03:00GiovanaÉ diferente amar e sentir que é de verdade.<br />
Amar exige paciência e dedicação.<br />
É moldar a cada instante lentes novas pra fazer ver o mundo melhor.<br />
Amar é perdoar. É deixar pra trás o que não serve mais.<br />
É fazer o carinho cada dia maior.<br />
É poder ser quem você é.<br />
É não se ver tão só no mundo.<br />
Amar é entender a outra pessoa no tempo que tiver de ser.<br />
E quando for o tempo de ser entendido também isso receber.<br />
<br />
Amar para mim é ter encontrado a garota de olhos profundos e às vezes tristes<br />
que não são vistos às vezes pelo seu sorriso ensolarado<br />
É me sentir abraçando o universo quando estou com ela<br />
É saber que ela vai me ouvir e me compreenderá<br />
É crer que temos uma longa estrada a caminhar<br />
Amar é entregar-me a ela camada por camada<br />
É dispor-me das minhas defesas, de minhas amarras<br />
É querer renovar-me e vencer meus medos e limites<br />
<br />
Amar é ver o beija-flor que há muito tempo se queria ver<br />
que veio pra anunciar duas vezes a felicidade que teremos<br />
É compor notas e acordes novos para a vida<br />
É sentir que caminharemos muitas vezes pela orla do mar<br />
e que andaremos desfilando sonhos e esperanças por aí<br />
Rir-nos de em tão pouco tempo nos imaginarmos daqui a 10 ou 20 anos juntos<br />
e levarmos a sério que de repente isso pode mesmo ser.Diego Leãohttp://www.blogger.com/profile/11109438720541237464noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4960614981588623658.post-90901771634729148662015-07-06T11:13:00.000-03:002015-07-08T11:13:57.801-03:00assisti-laPrecisava de ar.<br />
Não lhe caía bem se sentir sufocada, engolida, apertada.<br />
Mas queria um chão, um pouquinho de segurança.<br />
Tremia às vezes por estar em meio às bagunças da superfície.<br />
Queria mergulhar. Só que cada vez que mergulhava se perdia no fundo da piscina.<br />
Nem fundo demais, nem no imediato demais - dizia.<br />
Só que não encontrava o calibre certo.<br />
Nem um bom lugar para ficar.Diego Leãohttp://www.blogger.com/profile/11109438720541237464noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4960614981588623658.post-61809676430059346812015-06-15T06:07:00.003-03:002015-07-08T10:59:59.388-03:00em nós<div class="MsoNormal">
perambulo em ônibus<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
e vejo faces tristes<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
unidas em suas solidões<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
trafegando em desesperanças<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
que as isolam entre si<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
pare o trânsito!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
é preciso colher a flor<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
cessar o tempo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
olhar nos entremeios de suas pétalas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
no assustador dos vazios de sua beleza<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
a superfície acomoda<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
faz respirar fácil o ar<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
só que soterra nossos templos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
faz chão o que há de nós<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
come nossa paixão de mundo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
pare o trânsito!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
não deixem que a esmaguem<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
é preciso tocar a flor<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
e beijar a flor<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
deixar crescer e ser<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
deslizo dedos em seu caule<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
corto-me em espinhos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
e pela epiderme escorre o vinho<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
e a abertura que se faz pequena<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
se fará uma marca grande<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
pare o trânsito!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
é preciso amar a flor<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
ela não está ali no asfalto<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
está bem dentro de nós<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
por que queremos ceifa-la?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
Uberlândia, 15/06/2015 –
06:05h<o:p></o:p></div>
Diego Leãohttp://www.blogger.com/profile/11109438720541237464noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4960614981588623658.post-16563455490109798372015-06-10T15:00:00.002-03:002015-06-10T15:02:32.178-03:00ver a gente<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
<span style="text-align: justify;">eu vejo como bonitas as pessoas</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
cada uma se criando encantada<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
no espaço entre a crueza e o delírio da vida<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
trafegando no infinito desses pontos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
não se adianta ser o que não é<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
nem presta muito ser o que não se quer<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
é que uma vida vai embora num instante<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
igual tempo que lágrima desce d’olhos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
tudo o que guardo em mim nem sempre ficará<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
e às vezes jogo no lixo o que não serve mais<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
é um ritual que faço em mim para carregar<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
a angústia no peso que consigo as levar<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
já fui ao lugar onde a dor mais consome<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
e aprendi a viver
quando tem de viver<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
deixando ficar quando tem de ficar<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
e ir embora quando tem de ir<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
pras pessoas há um sofrer latente<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
que todo mundo quer escapar<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
e ninguém quer muito observar<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
pois é como um espelho de si só<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
a solidão tem horas que acalenta<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
e o sorriso por vezes entristece<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
porque somos feito
grama verdinha<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
que um boi no amanhecer vai pastar<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
tudo que se constrói um dia se desfaz<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
e se o que se grava de algum jeito ficará<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
a realidade corrói as possibilidades<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
mas mesmo nessa toada as pessoas continuam bonitas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
Diego Leão – 07/06/2015<o:p></o:p></div>
Diego Leãohttp://www.blogger.com/profile/11109438720541237464noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4960614981588623658.post-2517490734356547782015-06-06T14:54:00.001-03:002015-06-07T23:43:52.770-03:00Memórias Possíveis?<div class="MsoNormal">
Toda memória é um troço meio machucado. Por trás de cada
lembrança mesmo que acompanhada de sorrisos, acaba vindo sempre um sensação de
peito se comprimindo. Ficando assim meio apertado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A memória que é
sempre um pouco invenção faz-se tempo que já não existe mais. Tal como se ladrasse querendo se salvaguardar
pra dizer que somos alguma coisa na vida e no mundo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Toda memória que predomina em algum lugar efetiva-se
enquanto atentado às outras tantas que também querem falar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Uma memória é o que foi, mas também é o que poderia ter
sido. Quantas paixões e quantos amores se tornaram projetos falhos, mas que em
algum momento foram possibilidades? Quantas ações poderiam ser apenas sequência
de nossos planejamentos sonhados? Quantas vezes as utopias poderiam ter
esmagado a tirania daquilo que nos impede de sermos em completude?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A memória é como uma lesma que passeia pelo presente.
Insiste em não nos deixar esquecer nossos piores aspectos, nossos piores erros,
nossos mais assustadores traumas. Às vezes se torna tão incômoda que o único
caminho é ocultá-la. Fingirmos que esquecemos. Porém, quando a escondemos ela
cresce mais e torna cada vez mais tenebroso revisita-la. Toma então para si em
partes nossa mente lá onde fazemos de tudo para não sabermos como algo que também
nos é.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Às vezes a memória é como um encontro. Nela nos percebemos
enquanto bichos humanos. Afinal, apenas homens e mulheres são seres no tempo.
Apenas nós nos identificamos no passado, requerendo-nos sermos outra coisa no
futuro. Nisso a beleza, nisso a lamentação. Porque aí se desvela um castigo,
mas que coloca a partir das contradições as chances de redenção. <o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
É que a ousadia de um novo tempo necessariamente haverá de
evocar alguma memória. O presente é puro e límpido, mesmo que não o aceitemos
como é. Contudo, ele nunca se desvinculará totalmente do que se fez o peso e a
leveza de todos os tempos vividos pela humanidade. <o:p></o:p></div>
Diego Leãohttp://www.blogger.com/profile/11109438720541237464noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4960614981588623658.post-34100899638892803972015-05-30T03:04:00.000-03:002015-05-30T03:04:16.857-03:00abraçar sem prenderHey, menina. O que está errado?<div>
Pode a vida ter algo certo?</div>
<div>
Eu já disse o que gostaria de ti.</div>
<div>
Poderíamos tentar</div>
<div>
A despeito de não sabermos o que será</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Hey, menina. Esse é o jogo da vida.</div>
<div>
Esmaga e morre, soçobra o mundo.</div>
<div>
É inevitável o que há porvir</div>
<div>
Toda ação desperta uma reação</div>
<div>
Responsáveis somos por nós mesmos</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Hey, menina. Eu não sei o que será.</div>
<div>
Eu não quero tornar poema terapia</div>
<div>
Só que é preciso marcar o que se passa no peito</div>
<div>
Agora a lua é clara, mas se faz nova sinistra</div>
<div>
Hoje há aperto no peito, mas podemos recomeçar</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Hey, menina. Eu sei que te quero.</div>
<div>
Só que não nasci para aprisionar</div>
<div>
Um beija-flor morre em gaiola</div>
<div>
E seguro nas mãos perde o ar</div>
<div>
Venha a mim, mas só se desejar</div>
Diego Leãohttp://www.blogger.com/profile/11109438720541237464noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4960614981588623658.post-7418159674964109732015-05-29T00:51:00.001-03:002015-05-29T00:54:17.059-03:00Ela e o MarAntes de dormir, cabe um poema?<br />
<div>
Com letras maiúsculas no início dos versos</div>
<div>
do jeito que eu nem faço mais</div>
<div>
<br /></div>
<div>
É que toda vez que ela vai embora</div>
<div>
É como se eu olhasse a me despedir do mar</div>
<div>
Admirando a vastidão e sem saber</div>
<div>
Se um dia de novo vou poder lhe contemplar</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Mesmo que partisse no horizonte<br />
E eu ficasse triste a ver navios</div>
<div>
Queria que enfim se descobrisse mar</div>
<div>
E não se ativesse tanto ao seu vai e vem de marés</div>
<div>
É que mar é como amar e é assim: instável</div>
<div>
Dissolve o medo que nunca toma parte de sua natureza</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Todo mar vai ao longe e em profundezas</div>
<div>
Tem o fantástico e profundo dentro de si</div>
<div>
E deságua sempre em incomensuráveis oceanos</div>
<div>
Assim como você vive e quer se fazer ser</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
Diego Leãohttp://www.blogger.com/profile/11109438720541237464noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4960614981588623658.post-16806192391704414572015-05-24T21:50:00.001-03:002015-05-24T21:57:09.534-03:00sem lugar - sem imagem<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Você se preocupa por não saber o
que quer. Eu já não me preocupo em querer. Apenas quero, apenas sou. Levo-me na
levada do vento. Sofro os horrores óbvios. Vivo as alegrias do ópio momentâneo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Percebo o milímetro e o
imperceptível. Emerjo do abissal. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Tem minutos que me canso, em outros
crio ânimo. Desisto, resisto, insisto. Sou todos e todas. Meus erros são os
erros do mundo. Meus acertos são insinuações do acaso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nunca estive muito certo do que
sinto. Aprendi a não dissipar ou temer. Aprendi a não me prender demais.
Aprendi coisas que julgo ter me tornado, mas as erro a todo instante. Sinto
ciúme, sinto decepção, sinto raiva, mas me anestesio das feridas logo em
seguida. O desapego constituiu-se como
minha regra.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sinto repulsa da estupidez de sua
dissimulação fracassada. Logo, compadeço e reconheço-me quando percebo não ter
certo em que ponto não faria o mesmo. Em que medida, em que peso, vale a pena
se agarrar aos prazeres? O gozo não se troca em papel moeda, mas tem seu preço
caro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Engulo o soluço de lágrima engasgada.
Respiro fundo. Engulo fumaça. Sorrio. Só rio. Sou rio.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No curso das águas trafegando em
sentidos diversos talvez nos encontremos. Não me desvencilho do rumo de minhas
correntezas. Nunca fixo no mesmo ponto, a despeito de vive-lo em máxima
voltagem. É que em minha alma nômade, nenhum lugar será em algum dia o meu
lugar. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<i>Diego Marcos Silva Leão<o:p></o:p></i></div>
<br />
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<i><br /></i></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<i>24/05/2015 – 21:45h<o:p></o:p></i></div>
Diego Leãohttp://www.blogger.com/profile/11109438720541237464noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4960614981588623658.post-4818943418266189232015-05-20T02:18:00.000-03:002015-05-24T22:00:31.241-03:00Não-lugar<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-NmiEsGacTzs/VVwYCZwkjoI/AAAAAAAABrE/1n7oHfbdGgY/s1600/naolugar.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-NmiEsGacTzs/VVwYCZwkjoI/AAAAAAAABrE/1n7oHfbdGgY/s320/naolugar.jpg" width="213" /></a></div>
<h2 style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: xx-small;">créditos pela imagem: <a href="https://www.flickr.com/photos/mathieustruck/8795733466/" target="_blank">Mathieu Bertrand Struck</a></span></h2>
<div class="MsoNormal">
<br />
Inesperado. Repentino.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Como todo bom romance
deve ser.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Reapareceu numa linha do acaso de beijos de tempos que
tinham ficado já longes<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Num tempo que tinha
que ser. Na melhor hora para abraços de braços, de pernas e de almas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Fez-se paixão nova,
quando as paixões já nem pareciam ter tanto sentido. Girou a vida, girou o
mundo, girou o sol. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Fez-se menina de olhos estrelados e mulher com desejo feito
mar em cheia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Tornou-se lua que em suas fases e faces, por vezes toca-me com
seu brilho, por vezes some no céu. Recriou-se
em suas tempestades internas, a querer destruições para se transmutar em construções.
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Entregou-se. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Sempre. A. Cada. Instante.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Sentiu. A língua e o tato. A pele. Os dentes.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Ressurgiu. Sem forma. Sem lógica. Sem medo. Querendo apenas
ser.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Fez-se uma sorte grande em tempos em que nos cassinos da
vida, os jogadores sofrem de azar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Requereu-se em encanto, uma magia: em toques que tornam
desnecessárias palavras para expressar a verdade em sua forma mais íntima.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Fez-se beijo permanente nos lábios. Risada que ecoa na
memória tão doce.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Fez-se enfim grande e denso. Para além do vento e do tempo. Num não-lugar, onde libertar-se é uma rotina
que se chama amor.<o:p></o:p></div>
Diego Leãohttp://www.blogger.com/profile/11109438720541237464noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4960614981588623658.post-73952627823972642992015-04-30T22:39:00.002-03:002015-04-30T23:53:07.175-03:00A direita ataca! E a esquerda...?<div style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-C-m-YFnOFnI/VULZAz2YejI/AAAAAAAABp8/q9aN_IY0lLU/s1600/repressao%2Bprofessores%2Bparan%C3%A1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-C-m-YFnOFnI/VULZAz2YejI/AAAAAAAABp8/q9aN_IY0lLU/s1600/repressao%2Bprofessores%2Bparan%C3%A1.jpg" height="260" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">imagem: divulgação APP-Sindicato</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 19.5999984741211px;">Há uma enorme pressão sobre os governos para exercerem ajustes fiscais em cima do fundo público e da seguridade social. É a velha história que já deveríamos estar escaldados em que se procura convencer da inevitabilidade de políticas de enxugamento.</span><br style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 19.5999984741211px;" /><br style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 19.5999984741211px;" /><span style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 19.5999984741211px;">Podemos dizer assim que há um tensionamento impulsionado pelo capital financeiro para se realizarem medidas que reduzam a parcela da arrecadação que é destinada para prover direitos e outros benefícios ao povo.</span><br style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 19.5999984741211px;" /><br style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 19.5999984741211px;" /><span style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 19.5999984741211px;">O lastimável episódio ocorrido no Paraná, em que o governo tucano de Beto Richa no dia 29/04/2015 reprimiu vergonhosa e violentamente os professores que protestavam contra medidas que pretendem sugar a aposentadoria dos servidores, é mais uma faceta dessa nebulosa conjuntura pela qual passamos.</span><br style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 19.5999984741211px;" /><br style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 19.5999984741211px;" /><span style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 19.5999984741211px;">Em Brasília, folheia-se uma agenda conservadora do Congresso que mistura pautas que visam agradar de forma moralista os setores médios conservadores (como a redução da maioridade penal) com outras que atacam diretamente trabalhadores e concedem benesses aos patrões - caso da famigerada PL 4330 da terceirização. Aqui pelas bandas do Triângulo Mineiro também há proposições relativas a mudanças na aposentadoria de servidores.</span><br style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 19.5999984741211px;" /><br style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 19.5999984741211px;" /><span style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 19.5999984741211px;">Quando ocorrem as manifestações de trabalhadores do funcionalismo público contra essa situação oscilam-se duas posições:</span><br style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 19.5999984741211px;" /><span style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 19.5999984741211px;">1) Quando o governo é de direita: há no mais da vezes uma postura de desqualificação das manifestações e não raro de uso de violência física em maior ou menor grau. Rapidamente acusa-se esses governos de seu caráter "fascista". O que não é falso, a não ser pela falta de aprofundamento da análise, inclusive na utilização generalizada do conceito de "fascista" que se aplica na prática a grupos específicos. Na verdade, a grande tática desse momento da direita que está no poder (político e econômico) em diferentes níveis é o desgaste do Estado na sua dimensão provedora de direitos sociais. Exemplo disso é o papel que têm exercido os monopólios e oligopólios midiáticos ou as movimentações de setores políticos financiados pelo grande capital que concentram esforços em especial no poder legislativo (e também no judiciário).</span><br style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 19.5999984741211px;" /><span style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 19.5999984741211px;">2) Quando o governo é da centro-esquerda institucionalizante: "Isso é uma manobra da "direita"" - seria a fala mais comum. Mas se desconsidera que na maior parte das vezes, mesmo que realmente ocorra um impulsionamento de mobilização por parte da "direita realmente existente" em muitos casos a maior parte das pautas são de teor progressista (por mais direitos e para garantir os que já são legalmente adquiridos, mas não cumpridos).</span><br style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 19.5999984741211px;" /><br style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 19.5999984741211px;" /><span style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 19.5999984741211px;">Resumindo: É fato! Realmente há uma ofensiva orquestrada pela direita. Mas por outro lado, há uma timidez e receios acentuados combinados com uma falta de capacidade da esquerda em articular lutas nos âmbito da política institucional e da mobilização popular e sair do cerco que se permitiu encerrar nesses últimos anos. As pessoas do país estão indo para a rua e no caso de professores e setores que historicamente se colocam próximos ao povo, saem em busca de melhorias nas suas condições objetivas de vida e de trabalho. A parcela da esquerda que se enclausurou no pragmatismo administrativo parece não compreender ou querer ocultar para si própria isso.</span><br style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 19.5999984741211px;" /><br style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 19.5999984741211px;" /><span style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 19.5999984741211px;">São novos tempos com novos enfrentamentos. Precisamos nos refazer com eles.</span><br style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 19.5999984741211px;" /><br style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 19.5999984741211px;" /><span style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 19.5999984741211px;">Contudo, ainda considero que a única saída para alterar essa correlação de forças seria refundar a institucionalidade política do país. Isso só se faria com ampla participação popular e extinguindo privilégios políticos que hoje são destinados às elites e seus lacaios que tolhem a democracia. Deste modo, nada mais coerente para este momento empunharmos a bandeira de uma Reforma Política realizada através de uma</span><span style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 19.5999984741211px;"> </span><a href="http://www.plebiscitoconstituinte.org.br/" style="background-color: white; color: #6d6d6d; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 19.5999984741211px; text-decoration: none;" target="_blank">Constituinte Exclusiva e Soberana</a><span style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 19.5999984741211px;">.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<div style="text-align: right;">
Diego Marcos Silva Leão - Professor de História na Rede Municipal de Uberlândia, mestrando em História Social pelo PPGHI-UFU, atua na Pastoral Operária e é militante do Levante Popular da Juventude e da Consulta Popular.</div>
</div>
Diego Leãohttp://www.blogger.com/profile/11109438720541237464noreply@blogger.com0